quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Homenagem




"Nasceu numa família profundamente cristã e de elevado sentido apostólico, onde sempre se cultivou a preocupação, abertura e acolhimento dos outros, especialmente dos mais desprotegidos. Esse ambiente foi determinante para que três dos onze irmãos tivessem sido Padres.
Ordenado Presbítero em 09/10/1938, em Goa, foi mais tarde para Roma aprofundar os estudos. Mas, devido à Segunda Guerra Mundial, acabou por ficar no Patriarcado de Lisboa a partir de 1940.
De grande inteligência, cultura e notável sentido pedagógico, esteve, como professor, no Seminário de Almada, perto de 11 anos, marcando indelevelmente os que com ele privavam.
Grande entusiasta dos Cursos de Cristandade, dedicou-lhe muitos anos da sua vida, vindo a ser Director diocesano e Nacional desse Movimento.
A nível paroquial, e sempre na Diocese de Lisboa, colaborou durante cerca de 4 anos na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima; depois, de 1956 a 1970, como Pároco da Ajuda e, por fim, como Pároco de Carcavelos, sua última Paróquia, que serviu perto de 27 anos.
É precisamente neste serviço paroquial que mais se evidenciaram o seu extraordinário sentido pastoral, bem como a sua rara visão do que entendia ser o papel da Igreja no mundo actual.
Esta vocação, exercida discreta e humildemente, assentava numa intensa vida de oração e de doação ao próximo. A todos acolhia, a todos servia, a todos amava, especialmente os mais desprotegidos e os marginalizados, mas sempre com total respeito pela Pessoa Humana e pelas suas liberdades e opções.
Estes dons, aliados a uma enorme capacidade de iniciativa, criatividade e determinação, deram força à construção de uma verdadeira Comunidade: um espaço onde as Pessoas se conheçam, se interessem umas pelas outras e estabeleçam entre elas laços de solidariedade e partilha.
Este projecto viu-o concretizado na Obra, em muitos aspectos pioneira, que fundou em 1981, o "CENTRO COMUNITÁRIO DA PARÓQUIA DE CARCAVELOS". Nele deixou bem impresso o admirável espírito que sempre o animou."


Ontem, dia 29 de Janeiro houve uma missa em Carcavelos, presidida pelo Cardeal Patriarca para homenagear o tio Aleixo. Fiquei impressionada com a quantidade de pessoas que estavam na missa, a igreja estava cheia! Foi interessante e até comovente ouvir falar assim de um tio que conheci ainda bastante bem. Senti-me orgulhosa e ao mesmo tempo esmagada pela sua capacidade de reunir as pessoas numa verdadeira comunidade. Dedicou a vida à Igreja e deixou um importante legado! Os paroquianos, os outros padres com quem trabalhou recordam-no com saudade e seguem o seu exemplo.


Um grande beijinho tio Aleixo!

7 comentários:

JGVD disse...

Também gostei muito de ver e ouvir todas aquelas pessoas a falar sobre o tio Aleixo com muita amizade e carinho. Lembro-me bem do tio mas realmente nestas ocasiões percebe-se a extraordinária pessoa que era. Beijinhos e abraços

Huckleberry Friend disse...

Só não estive na homenagem por não ter sabido a tempo... mas gostava muito de ter ido e comoveu-me o relato de vários familiares. Lembro-me dos seus olhos grandes, do sorriso para cada sobrinho e sobrinho-neto, das visitas natalícias que nunca deixou de fazer enquanto a saúde permitiu. Conheci pouco o Tio Aleixo em vida, mas o bem que fez a outros é suficiente para me encher o coração de alegria e a alma de saudade. Um beijinho para a autora desta bela entrada!

Sofia K. disse...

Olá miúda... deixei um desafio para ti no meu cantinho

bjs

Pat disse...

Tal como o Pedro, só sobe desta homenagem depois da mesma ter acontecido e foi por ti.
O Tio Aleixo faz parte das minhas memórias de infância,dos almoços de fim-de-semana em casa dos Avós, no Restelo, dos Natais, do eventos familiares de que ele tanto gostava. lembro-o com saudade, talvez como uma saudade a dobrar, por durante tantos anos me fazer relembrar o meu querido Avô Mário.
Homem de coração tamanho mas, e a verdade deve ser dita, pouco virado para a familia. Não lhe tiro o mérito, a sua verdadeira familia era a Igreja e as suas Ovelhas, nós eramos uma familia satélite.
Nevertheless, e porque tive o previlégio de privar mais com ele do que qualquer um de vós, não deixo de, humildemente, lhe tirar o meu chapéu.
Até sempre, Tio Aleixo!

CVD disse...

É verdade, não era menos virado para a família (de sangue) do que para as suas ovelhas, mas como verdadeiro pastor TODOS para ele éramos ovelhas e todos, Cordeiros ou não, igualmente importantes! Não deixa de ser giro um Cordeiro tornar-se pastor de um tão grande rebanho...lol!

CVD disse...

É verdade, não era menos virado para a família (de sangue) do que para as suas ovelhas, mas como verdadeiro pastor TODOS para ele éramos ovelhas e todos, Cordeiros ou não, igualmente importantes! Não deixa de ser giro um Cordeiro tornar-se pastor de um tão grande rebanho...lol!

MPS disse...

Clarinha

Só mesmo tu, para fazeres trocadilhos engraçados no meio de uma homenagem... fizeste-me rir a valer.

Não conheci o teu tio, mas gostei daquilo que, sobre ele, escreveste.