sexta-feira, 25 de abril de 2014

Pois...

Somos um povo que acredita em contos de fadas...
De facto não há melhor exemplo para caracterizar o modo de estar Português que a história do D. Sebastião. "Ele há-de voltar, num dia de nevoeiro, para nos salvar das mãos dos Espanhóis". Já naquela altura o povo era assim... a solução fácil sempre foi a preferida, excepto em alturas muito pontuais em que tivemos alguém forte e de mente aberta a governar-nos, mas mesmo essas contam-se pelos dedos de uma mão.
Com o 25 de Abril é a mesma coisa. Quarenta anos mais tarde o povo continua à espera das maravilhas que a revolução lhes prometeu, e que, para dizer a verdade nunca lhes deu, porque não podia dar.
"Acabe-se com o Estado Novo que há-de vir alguém para nos salvar" mas quem? Pergunto eu."Vamos entrar na União Europeia, eles vão resolver o nosso problema" eles quem? Pergunto eu. "Vamos correr com o governo e com a Troika que o nosso problema se há-de resolver" Como? Pergunto eu." A Monarquia, é isso! A monarquia vai-nos tirar da crise" Irá mesmo? pergunto eu. Ninguém responde, tudo caladinho que nem ratinhos.
Os únicos que nos podem tirar da crise somos nós e para isso é preciso que TODOS os Portugueses assumam a sua cota parte de responsabilidade (1/10000000), cada um como puder, mas isso dá uma trabalheira.
Existe uma razão para apesar de  pequenos,sermos o país onde se joga mais ao Euro Milhões. O objectivo é a solução mais fácil, sempre!
E é por isto que acho ridículo que 40 anos depois haja tanta gente (a maioria já nascidos depois de 1974 que é no mínimo irónico) a comemorar o 25 de Abril como se tivesse sido a melhor coisa que nos aconteceu... O sapo não virou príncipe, lamento.
Nós somos a cigarra da história, sempre fomos e sempre seremos, somos preguiçosos, individualistas e estamos sempre à espera que alguém (é engraçado porque até os Portugueses ateus acreditam nesta entidade algo paternalista "solucionadora") nos resolva os problemas.
Enfim acho que o 25 de Abril, e agora visto à distância de 40 anos, correu mal, ou melhor, não correu mal nem bem, na realidade não serviu para grande coisa...

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